quarta-feira, 15 de junho de 2011

Peregrinos...da máquina de vending!



Uma coisa que me fascina mesmo são as máquinas de vending. Quem já não sentiu uma atração fatal por uma máquina destas? Pelo seu vidro suado, e muitas vezes engordurado pelas mãos de sedentos por algo para comer num local remoto de trabalhos, escuro, frio e húmido, fitamos com nosso olhar as mais suculentas e maravilhosas iguarias que poderemos triturar com nossos dentes, enchendo e regalando assim as nossas barrigas com tais dádivas alimentares. Quem já não sentiu aquele arrepiu na espinha de colocar a mão no boloso ou na carteira, retirar singulares moedas que sozinhas valem pouco, mas que juntas poderão matar um desejo ardente que temos dentro de nós. Ainda frias, colocamos essas moedas na ranhura respectivas e ouvimos aquele barulho metálico, quando numa orgía monetária, se acomulam na máquina de vending...


PING.....PING.....PING.....PING.......

Simplesmente não temos palavras para descrever o sentimento que atravessa o nosso ser ao fazermos isso. Depois desse acto tímido e escondido, lá nos maravilhamos com tamanha escolha de iguarias, qual delas a melhor. São tantas que nem podemos escolher...mas uma coisa é certa, qualquer uma irá matar o nosso fogo interno. Escolhemos a que mais nos agrada, seleccionamos o seu número e....de repente a máquina ganha vida...como por magia milhares de peças se movem em uníssono para libertar aquele tesouro escondido...e, quando menos esperamos...a máquina encrava!

A quem já não aconteceu isto? Quem já não sentiu aquela revolta de espetar um round kick mesmo nos "queixos" da máquina por nos comer o dinheiro e não nos dar aquela iguaria? Iguaria? Bem talvez num mundo utópico e perfeito a máquina de vending terá sandes de leitão da Mealhada, mas no mundo real não é bem assim. Lembram-se que olhamos, olhamos, e não sabemos o que escolher? Pois é, não interessa muito! Qualquer escolha é mais um passo para apanharmos uma camada de diabetes tal é a quantidade de açucares encontrados nos "alimentos" destas máquinas. Deviamos ter uma fila de batatas e bolachas carregadas de chocolate e gorduras, coca-colas e companhias, chocolates, sandes cheias de maionese de à 3 días, salames e bolos carregados de creme...e por fim injecções de insulina. por cada bolo, uma injecçãozita não fazia mal a ninguem....era só para prevenir.

Mas o que mais me fascina são os peregrinos destas máquinas. Rouba-lhes o dinheiro mais depressa do que qualquer banco com um spread super elevado, estraga-lhes a sáude que com o SNS, da maneira como está, é mais barato falecer do que andar a tratar-se, e em muitos casos, come o dinheiro mas não sai nada. O que fazem esses peregrinos? Ora, botam mais dinheiro. É extraordinário. Faz-me lembrar as series do David Attenborough a observar espécies novas, com comportamentos estranhos e selvagens.

Mas destes todos há um que se destaca entre o peregrinos. O Homosapianes-espatiais-figais, original do latim, que traduzido para português é Espeta Figos é o melhor de todos. Esse não procura alimento mas sim bebida. Mas não é uma bebida qualquer...tem de ter cafeína e só pode ser café. Isso mesmo, CAFÉ! O Espeta Figos é um devorador nato de café. Pode, no período de uma manhã, "bober" 6 cafés como se não houvesse amanhã! Almoço depois, bebe mais um café, e à tarde espeta mais 6 no bucho, só para manter o ritmo. Além disso não olha a origem desse mesmo café. Pode até ser feito com água de um furo. Pode até saber mal, mas aquilo é sempre a botar para baixo. É como aquele que como os ovos que para ele tão estragados, mas que com a fome, vai na mesma.

Imaginem que a água é de um poço...tão a ver o que é preciso montar junto à máquina? Ah pois é! Por isso é que ela já tá ao pé da casa de banho, não vá o Diabo tecê-las.

O que aprendemos hoje? Aprendemos que o bicho homem tem comportamentos extraordinários. Mas mais ainda, descobrimos que Espeta Figos só há um, o devorador de cafés e mais nenhum!

Tenho dito...

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